domingo, 31 de agosto de 2008

Na fazenda

Minha infância foi em contato com a natureza.
A família de minha mãe sempre trabalhou com terras,
e minhas férias eram ótimas nas fazendas.
Vi filhotes de um monte de animais que eram criados nas fazendas,
andar a cavalo, entrar em riachos, córregos, pescar, andar no trator,
atravessar o pasto do gado, subir em árvores,
apanhar a fruta direto da árvore e saborear...
Não posso reclamar...
Fiz tanta coisa e faria tudo de novo.
Tínhamos um tio, em Birigui-SP,
que era um show. Na fazenda dele
havia um touro já velhusco e muito manso.
Acreditam que a gente andava montada nele?
Sentávamos no seu pescoço e
apoiávamos as costas no cupim,
aquela corcova que o touro tem nas costas,
segurávamos no seu chifre e passeávamos !
Detalhe: para subir nele,
trepava-se na cerca encostadinha numa enorme mangueira.
Daí passava-se para um galho bem baixo
e enorme dessa mangueira.
Meu tio trazia o touro até esse lugar,
e então "escorregava-se" do galho para suas costas e ...
que saudade!!! como era bom !!!
Secar o café...
naqueles enormes "estrados" de tijolos passava-se o rastelo para ir virando os grãos...
que festa!
E quando inventaram de criar o bicho-da-seda?
Dava para ouvir de longe
as lagartas devorando as folhas de amoreira.
Coitado de quem tinha que alimentar as ditas cujas,
não havia comida que bastasse.
E o que dizer das pobres amoreiras?
era uma plantação inteira para essas lagartas.
O casulo é uma verdadeira obra prima,
quantos e quantos pude mexer, fuçar, me divertir.
Depois que formava o casulo, eles eram fervidos e
mandados para a tecelagem.
Era desse jeito que era interrompido o ciclo da borboleta,
e na época a gente não tinha muita noção
que estava sendo morta a futura borboleta,
era mais o encantamento daquela bagunça toda que nos prendia a atenção.
Aqui estou colocando alguma coisa sobre a vida na fazenda.











Um comentário:

Dan Nunes Ponto Cruz disse...

Que delícia relembrar a infância!!! Tbm tive infância saudável como a sua (tirando a parte da fazendinha, e do touro...é claro). Lembro-me que aguardávamos o srº q vendia leite numa carroça só pra pegar carona da esquina da rua até a nossa casa. Pense na festa q era 6 crianças na carroça!!! Êita tempo bom que não volta mais. Sem contar que, dificilmente as crianças de hoje sabem ou já viram algum desses animais. Essa parte é a lamentável. Abreijos minha querida e fique com Deus